Incógnita
Imagino mil e um cenários na minha cabeça de como será quando me encontrar por acaso contigo no futuro. Será que te devo cumprimentar? Devo passar ao lado como se nunca tivesse conhecido a pessoa que és? Ou será que te irei sequer reconhecer? São mil e uma hipóteses que me assustam e têm esse efeito em mim porque eu sei o que fiz. Ou não. Foste aquela pessoa com quem eu nunca me cansava de falar, apesar de nunca te o ter dito como devia; foste aquela pessoa, a única, a quem eu conseguia falar minimamente abertamente sobre tudo; foste aquela pessoa que me fez perceber a mim mesma um bocadinho mais; foste aquela pessoa que me fez crescer quando eu pensava que não precisava mais; foste a pessoa que me deixava sem resposta e com sentimentos confusos; foste a única pessoa a quem alguma vez fiz o que fiz e disse o que disse apesar de duvidares tanto. E nunca soubeste disso. Nunca te o disse e nunca irás ouvir isso vindo de mim. E eu? Eu fui a pessoa que vezes sem conta duvidei dos meus sentimentos; a pessoa que vezes sem conta mudava a maneira como te via; a pessoa que te magoou e te fez duvidar mais na hipótese de encontrares a pessoa ideal para ti; fui a pessoa que errou contigo quando só fazias o que era certo para mim. Vezes sem conta voltavas sempre, mesmo quando te dava para trás em momentos de "loucura". E agora? Agora nem sei o que fomos, o que somos sequer. Agora não sinto nada, nem o sentir nem o não sentir, já não tenho opinião quando tu és o assunto que vem à tona. Tenho noção do que fiz e do que não fiz e de tudo o que fizeste por mim. Agora diz-me, quando me encontrar contigo por acaso no futuro o que devo fazer?